sexta-feira, 25 de setembro de 2009

30 dias de Estatísticas data de:\ Status for the date of: Julho 28 - Agosto 28 (Mês 2)

Cidade de começo \ Start City – Epoufette MI

Cidade ao fim \ End City – Ranchester WI

Distancia Total \ Total distance – 2,696 Km

Distancia Total de Viagem\Total Distance Traveled– 5287 Km

Media de Km por dia \ Average Km per day – 89 Km

Dia mais longo \ Longest day – 130 Km

Dia mais curto \ Shortest day- 29 Km

Total de dinheiro gasto \ Total Money spent – $366

Numero de gafanhotos que atropelei – + de1000

Numero de mordidelas de mosquitos – + de 100

Vezes que paguei para acampar - 0

Velocidade maxima - 69 km/h (duas vezes)

Coisas que perdi – Os meus chinelos

Coisas que achei – Uma bela vista e gente formidável


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South Dakota

Dia 45 Wegdahi – Clear Lake, SD 104Km
Elev. 502m
N44°45.623’
W096°41.074’

Ao fim da tarde estava de rastos, cansado de andar por estradas de brita a secar ao sol, mas pouco depois de entrar em South Dakota reanimei ao passar por uma fazenda com centenas de vacas, por qualquer motivo a bicicleta deve as ter assustado e em minutos estava rodeado dos dois lados da estrada com vacas aflitas a gritarem Mooo... por vários quilómetros tive então a minha própria estranha orquestra de vacas desafinadas.

A qualquer ponto nesta estrada entrei em South Dakota


A orquestra de vacas



Dia 46 Clear Lake – Willow Lake 105Km
Elev. 516m
N44°37.770’
W097°37.907’

Acampei ao pé das piscinas da cidade que estavam fechadas por problemas de água, mais tarde, as simpáticas salva-vidas que vieram ver se a piscina já estava cheia, perguntaram-me se eu precisava de alguma coisa e trouxeram-me um monte de guloseimas “junk food”. A conversa foi divertida, mas curta por causa das melgas.
À noite houve uma Chuva de meteoritos que eu fiquei a ver por uns minutos até adormecer.

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Dia 47 Willow Lake - Miller 130Km
Elev. 494m
N44°30.965’
W098°59.547’

Esta manhã entrei na única loja que encontrei aberta e reparei que estava tudo desarrumado, mas não fiz caso fui buscar o leite e uns bolos para o pequeno almoço e ao pagar o dono diz-me que sou o primeiro cliente da loja, que é suposto abrir daqui a uns dias.
Ao meio-dia já estavam 38° e não havia sombra para fugir ao calor, tive que puxar até chegar a Hitchcock. População 108 dizia o sinal à entrada.
À procura de um parque, passei por um museu e achei estranho uma cidade tão pequena ter um museu, entrei e tratava-se da colecção privada de Ray Waldner que também é o presidente da cidade. Ao longo de 40 anos ele tem vindo a coleccionar praticamente tudo e tem a amostra um edifício repleto de artefactos desde os índios até à última década. É bom ver pessoas com a iniciativa de preservar historia, Ray é um autêntico coleccionador e tem orgulho em partilhar o que tem aprendido com os objectos que colecciona.

Ray ofereceu-me este token dos anos 20’s que se usava numa das lojas de Hitchcock; por traz diz: “Bom para $1 em mercadoria

Dia 48 Miller - Blunt 103Km
Elev. 591m
N44°28.829’
W100°06.609’

Estou rodeado de milho, trigo, folhas de tabaco, feijão e gafanhotos. Fica aqui o anúncio se alguém tiver uma boa receita com estes ingredientes mandem-me um email que eu não quero passar fome.
Lembram-se quando eu disse que a agricultura canadiana tem dimensões incríveis? Bem, comparada com a dos americanos a agricultura canadiana parece um quintal e a portuguesa não passa mais do que um vaso de flores.

Milho


Trigo


A colheita


O armazém pronto para ser carregado no comboio





Dia 49 Blunt – Pierre 55Km
Elev. 666m
N44°22.961’
W100°36.478’

Alan Kelloge ficou admirado ao ver-me a atalhar por uma estrada de brita em frente da sua semelha de milho e teve que parar para perguntar o que é que eu andava ali a fazer. Alan e um mega agricultor e andava a ver o progresso dos seus 125 hectares de milho. Com um grande sorriso ele diz que este ano vai ter uma boa semeia.

Flor de sol


A fazenda de Allen


Dia 50 Pierre - Philip 120Km
Elev. 684m
N44°03.026’
W101°38.938’

Já há vários dias que venho a pedalar pelas grandes planícies do Oeste. Aqui a perspectiva de distância é enganadora, os carros vêem-se a aproximar por vários minutos até que me passem, os poucos edifícios ficam de vista por uma eternidade antes que eu os alcance, dá quase a sensação de que estou a viajar em câmara lenta, mas os quilómetros vão-se acumulando.

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Estes cavalos decidiram correr ao meu lado


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A noite passada choveu e todas as vezes que passava por zonas de construção estacava-me na lama



American cowboys




Dia 51 Philip – Badlands National Park 79Km
Elev. 697m
N43°45.512’
W101°58.875’

E de repente como uma miragem ao longe, aparecem as montanhas que formam Badlands National Park. Eu fiquei impressionado. O nome “badlands” (más terras) foi dado pelos pioneiros que aqui passaram por ser quase impossível arranjar um caminho sem ter que ir dar a volta ás montanhas. E um tipo de terreno árido que tem sedimentos de rocha e barro extensivamente erodido pelo vento e chuva e que formam umas colunas espectaculares com várias camadas de cores.
Por sorte este fim-de-semana a entrada foi de graça e não foi preciso pagar as $7 que custa para visitar o parque.

Badlands


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Em certos sítios a minha tenda tem uma ótima camuflagem



Dia 52 Badlands National Park 35Km
Elev. 934m
N43°52.239’
W102°13.968’

Hoje acordei no meio das montanhas um dos melhores sítios que acampei até agora.
De manhã fui dar um passeio a pé pelos vários caminhos que há para hiking. Esta zona está infestada com “rattlesnakes” cobras venenosas que eu tive o prazer de ver á distância também pela primeira vez vi cães da pradaria, cabras de montanha e búfalos.

A caminhada


Cães da pradaria; não sei porque lhes chamam cães o ladra é mais parecido ao dos pintos

Cabras de montanha



Dia 53 Badlands National Park – Rapid City 119Km
Elev. 1041m
N44°04.575’
W103°13.745’

A sul de Badlands a estrada tornasse em brita e o terreno tem características lunáticas.
Estava deserto para virar a Norte para Rapid City porque pensei que ia ter o vento a meu favor, mas pouco depois mudou de direcção e fez tudo o pode para empurrar-me para traz, antes disso quase que atropelei um leitão que andava perdido à beira da estrada.

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Dia 54 Rapid City 38Km
Elev. 1173m
N44°00.303’
W103°15.378’

Decidi descansar para ter força nas pernas. Nos próximos dias vou ter que subir as montanhas que constituem a zona dos Black Hills.

Rapid City


Em South Dakota o estado levanta uma placa no local de cada acidente mortal, imaginem se fizessem isso em Portugal


Dia 55 Rapid City – Hill City 60Km
Elev. 1556m
N43°57.989’
W103°37.974’

A subida foi mais fácil do que pensei. No meio das montanhas encontrasse o monumento de Mt. Rushmore as bicicletas entram de graça, depois de todo o trabalho acho que merecem.
Foi um pouco estranho ser o único ciclista entre as ondas de turistas, a maioria reformados.
Á tarde apanhei o Michelson Trail que passa no meio dos Black Hills pelo velho caminho de ferro que servia as varias minas da zona.

A típica foto de Mt. Rushmore...


e a não tão típica


Dia 56 Hill City - Deadwood 86Km
Elev. 1532m
N44°19.983’
W103°46.205’

Black Hills foi uma das áreas que o governo americano reservou como território índio para os nativos que aqui habitavam, e um acordo de paz foi assinado. Poucos anos mais tarde quando descobriram que esta zona era rica em ouro e outros minerais os índios foram expulsos pelas forças militares, hoje em dia ainda existem processos jurídicos para recuperarem as terras que lhes foram roubadas, mas e uma luta perdida que o governo Americano decide ignorar.
Ao longo do caminho vêm-se minas abandonadas e até várias pessoas que tentam a sua sorte à procura de ouro por um dia ou dois. Eu parei várias vezes para ver se
encontrava algo, mas não é assim tão fácil como parece.

Black Hills


Um dos “mineiros de fim-de-semana” a olhar para o frasco com os grãos de ouro que já tinha encontrado pela manha


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