Contos de Viajante: Estado de Jalisco

Depois de uma rápida visita a Puerto Vallarta onde não se vê nada de especial e é difícil perceber o porquê de tantos turistas, começa uma escalada de subidas e descidas numa área de floresta com algumas cascatas pelo caminho.
Por ser véspera de Natal achei que fosse melhor sair da estrada principal e quando cheguei a El Tuito, decidi tomar um desvio que vi no mapa. Apesar de ser uma estrada de terra o caminho passava pela beira do mar onde pude encontrar uma praia deserta perfeita para passar o dia de Natal.

Depois de um bom descanso parei em Chamela uma praia lindíssima onde acampei. No dia seguinte fiquei admirado a ver um senhor com pouco mais de um anzol e linha, a pescar uns cinco peixes no período de 15 minutos, fiquei a pensar se é assim tão fácil talvez eu consiga também arranjar almoço.
Alguns dias mais tarde quando passei em frente da cooperativa de pescadores de La Manzanilla parei a perguntar o que era preciso para ir à pesca, eles logo me equiparam com uma cana de pesca à moda caseira: linha enrolada a uma garrafa de Coca-Cola, um prego a fazer de chumbo, um anzol e iscas.

A cana de pesca

Ao fim tive que lhes pagar uma cerveja de litro e meio, mas vale a pena se eu for capaz daqui em diante apanhar o meu próprio almoço.
Ansioso para pôr a teste o meu novo equipamento decidi acampar em La Manzanilla que é famosa pelas suas lagoas cheias de crocodilos. De acordo com os pescadores a melhor altura de pescar é à noitinha ou de manhã. Ao chegar à noite pus-me na água a pescar, a lua estava cheia e a água estava agradável a outra vantagem é que dentro da água os mosquitos não me mordiam, passado uns 15 minutos e depois de muitas tentativas a mandar o anzol pesquei o meu primeiro peixe, mas por azar foi um peixe que não era bom para comer tive que o deitar ao mar outra vez, daí em diante tive muitas mordidelas à isca e gastei quase as iscas todas que tinha, mas por falta de jeito não consegui apanhar mais nenhum, passado mais de uma hora, vejo de repente os peixes todos a saltarem à minha frente e pouco depois uma sombra comprida a passar a uns metros de mim a esse ponto achei que era melhor sair da água. No dia seguinte expliquei ao dono do parque de campismo o que tinha acontecido na noite anterior e ele disse que às vezes os crocodilos lançam-se ao mar à procura de peixe.
Eu sinceramente acho que nessa noite andei a nadar com os crocodilos.

Dia 179 Nuevo Vallarta – Boca Tabo 51km
Elev. 4m
N20˚30.713’
W105˚18.981’

Puerto Vallarta

Á noite enquanto estava a dormir alguém abriu a bolsa que tenho no guiador e levou a minha pomada dos mosquitos, podia ser pior porque essa bolsa é onde eu ponho a carteira e a câmera, mas por habito á noite guardo sempre essas coisas ao pé de mim

Dia 180 Boca Tabo - Maito 44km
Elev. 508m
N20˚19.142’
W105˚25.365’

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Cascata

As prateleiras do super mercado bem abastecida com todo tipo de grão

Não estava á espera de ver papagaios tão sedo

Dia 181 Maito – Agua Dulce 45km
Elev. 16m
N20˚08.306’
W105˚32.818’

Um grupo de baleias a passar pela costa onde eu estava acampado

Tive a praia toda para mim...

Dia 182 Agua Dulce – La Cruz de Loreto 16km (Dia de Natal)
Elev. 34m
N20˚04.063’
W105˚29.872’

Com a exceção das vacas

Este amigo também trás a casa ás costas

Percepção de formigas

Dia 183 La Cruz de Loreto - Chamela 98km
Elev. -4m
N19˚31.843’
W105˚04.889’

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Abutre

Este pescador tinha acabado de pescar estes búzios todos, estava a cozinhá-los para tirar a carne que vende aos restaurantes e vendia os búzios a 25 pesos (2 euros) cada um